quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Depois do São Miguel...

Depois do “São Miguel”, a hora é de colheita, na espreita dos frutos. As vinhas dão o litro, à medida da generosidade da terra e do esforço humano. Muito ou pouco, na hora da vindima, não faltará a alegria, quer no peso do cesto cheio, quer no fundo da cesta vazia. Tristezas não pagam dívidas e mesmo o desgosto amargo da vinha dos agraços, traz certos abraços de esperança, por mais um ano de vindima. É assim connosco, mesmo quando o desgosto nos deixa um travo de amargura. Porque esperávamos mais fruto, quem sabe, mais fartura!

E é assim Deus para connosco, diz o poeta Isaías, numa cantiga de amor. Desfez-se em cuidados, não se poupou em atenções, fez tudo e mais do que podia... pela sua vinha, pelo seu povo eleito. Na hora dos frutos, em vez de rectidão, colhe sangue derramado, e em vez de justiça, gritos de horror! É, no fundo, a história de um Amor louco e não correspondido, no cântico do amor, que Deus, nosso amigo, tem à sua vinha. É a história de um amor divino sempre oferecido, ao homem, mesmo quando este se quer longe e vendido.

Em comunhão com o Santo Padre, percorremos nós também a Via Sacra, para agarrar-nos ao madeiro da Cruz, ao longo do mar da vida, e sobretudo...