A FÉ DO MARINHEIRO
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé do marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro o mar...
(Só nos é concedida esta vida que temos;
E é nela que é preciso procurar
o velho paraíso que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida, a revolta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar!
(Miguel Torga, Antologia Poética, 5ª edição, Lisboa, Dom Quixote, 1999)
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé do marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro o mar...
(Só nos é concedida esta vida que temos;
E é nela que é preciso procurar
o velho paraíso que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida, a revolta imensidão
transforma dia a dia a embarcação
numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar!
(Miguel Torga, Antologia Poética, 5ª edição, Lisboa, Dom Quixote, 1999)
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