«Hoje a Igreja convida-nos a um gesto que, talvez, para os gostos modernos, resulte um tanto ultrapassado: a adoração e o beijo da Cruz. Mas trata-se de um gesto excepcional. Beijando a Cristo, beijam-se todas as feridas do mundo, as feridas da humanidade, as recebidas e as infligidas, as que outros nos fizeram e as que fizemos aos outros. Mais ainda: Beijando a Cristo, beijamos as nossas feridas, precisamente aquelas que temos abertas, por não sermos ou nos sabermos amados. Este beijo que a Igreja nos convida a dar hoje é o beijo da mudança de vida. Cristo, do alto da cruz, derramou por nós a vida, e nós, beijando-o, acolhemos o seu beijo, quer dizer, o seu expirar Amor, que nos faz respirar e reviver. Só no interior do amor de Deus, se pode participar no sofrimento, na cruz de Cristo, que, no Espírito Santo, nos faz saborear o poder da ressurreição e o sentido salvífico da dor.»
(M.I. Rupnik, Omelie di pascua, Venerdi Santo, Roma 1998, 47-53)
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