Rainha
Santa, vinde valer-nos! Nesta hora incerta de sombra e luz.
Foi
com este apelo, vibrantemente cantado diante do altar da Padroeira de
Arouca, e junto ao seu túmulo-relicário, pelos numerosos fiéis que
encheram completamente a igreja do Mosteiro de Arouca que, no passado
dia 2 de maio, se encerraram as cerimónias religiosas em honra da
Rainha Santa Mafalda.
O
ponto central das festividades foi a Eucaristia solene, presidida
pelo Bispo Auxiliar do Porto, D.João Lavrador, concelebrada por 10
sacerdotes e um diácono permanente e que foi transmitida em direto
pela Rádio Regional de Arouca. A animação musical da celebração
esteve a cargo do Grupo Coral de Urrô que foi acompanhado ao órgão
de tubos pelo prof. Nicolas Roger, organista titular do Mosteiro.
Mais uma vez se fez representar nesta festa uma delegação do
Mosteiro de Lorvão, que, este ano, veio acompanhada do seu pároco.
Além
da Ordem de Malta, esteve também presente, nesta festa, um grupo de
freiras cistercienses, e de outras ordens religiosas, que vieram
participar na mostra de doçaria conventual, integrada no evento
“Cister,
saberes e sabores”
que decorreu em Arouca de 1 a 5 de maio.
Durante
a homilia, D.João Lavrador lembrou que “celebrar
a festa da Rainha Santa Mafalda é reconhecer a verdade do amor de
Deus revelado em Jesus Cristo, presente na vida e na ação desta
grande mulher, por isso elevada à glória da santidade.”
E
embora a vida e a ação de Santa Mafalda se situem em contextos
distintos dos atuais, o Bispo auxiliar do Porto lembrou que “o
exemplo de Santa Mafalda é iluminador para a nossa vida, no contexto
da cultura atual.”
E concluiu que a vida de Santa Mafalda é, “no
seu conjunto, nas suas palavras, nos seus gestos, no seu estilo, nas
suas convicções e prioridades, exemplo de evangelização.”
Depois
da Missa seguiu-se a adoração ao SS.mo que terminou, no final da
tarde, com a procissão solene pelas ruas da vila de Arouca,
acompanhada, não só por uma grande multidão de fiéis, mas também
pelos sons da Banda Musical de Arouca e pelas diversas irmandades do
Concelho.
Celebrada
em plena época de crise, mas com saberes e sabores de Cister, a
festa em honra da Rainha Santa, no ano em que ocorrem 220 anos da sua
beatificação, foi uma grande jornada de fé, de cultura e de
tradição popular que trouxe a Arouca milhares de devotos que vieram
implorar a sua proteção nesta “hora
incerta de sombra e luz”.
José
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