sábado, 20 de dezembro de 2008

Às Famílias da Diocese do Porto no Natal de 2008

Caríssimas Famílias,

É com toda a amizade e confiança que vos dirijo estas palavras no Natal de 2008. A partir da Sagrada Família de Jesus, as famílias cristãs olham-se a si mesmas com maior compreensão e luz: Compreensão evangélica e luz sobre a sua natureza e missão.

Natureza, ou melhor, graça, que lhes advém do Sacramento do Matrimónio, fazendo-as viver com o mesmo envolvimento de mútuo acolhimento e partilha que a família de Cristo manifestava. Quer a sua família humana, com Maria e José, quer a sua família divina, com Deus Pai, no amor do espírito. Há em tudo isto uma fonte de unidade e de paz que é também o segredo das famílias cristãs, para persistirem unidas e criativas, como factor decisivo de unidade e paz para a sociedade humana em geral.

Missão, também, que é essa mesma de testemunharem e difundirem, casa a casa, da aldeia à cidade, o que pode a unidade familiar garantida em Deus, para realizar na sociedade uma fraternidade autêntica, de conciliação e reconciliação de pessoas, povos e instituições.

Com tudo isto, caríssimas famílias da Diocese do Porto, já estou a dizer que conto muito convosco. Conto, nestes tempos que são e se adivinham porventura ainda mais difíceis, em termos sociais, económicos e laborais. Conto, na preparação da Missão 2010, quando a nossa Diocese, comunidade a comunidade, família a família, se envolver ainda mais no testemunho de Cristo à sociedade envolvente.

Efectivamente, quando a sociedade é abalada por problemas graves de subsistência de muitos e de desenvolvimento geral, as famílias cristãs têm de ser as primeiras a reforçar os laços internos e externos de solidariedade e partilha, olhando os vizinhos de perto ou mais longe, com olhos de fraternidade activa. proponho-vos o avanço possível nesse sentido, vendo cada família cristã, prédio a prédio, rua a rua, como pode levar aos outros uma palavra de esperança e um gesto de conforto e de paz. Sei por experiência muito próxima, o que podem fazer as famílias cristãs quando se tornam evangelizadoras dos seus vizinhos e vejo nisso um campo prioritário para a "nova evangelização" que tanto urge.

Releio também com renovado interesse as magníficas alusões o que o grande Apóstolo São Paulo nas suas Epístolas, ou São Lucas nos Actos dos Apóstolos, fazem a algumas famílias do Cristianismo nascente. Especialmente ao casal Áquila e Priscila, que tão importante foi para São Paulo e a primeira evangelização, de Roma a Corinto e de Corinto a Éfaso. Sugiro-vos a releitura dessas passagens, mudando agora os nomes e as terras, no mesmo sentido: sois agora vós como Áquila e Priscila; são as vossas próprias terras e prédios os lugares da missão que realizareis.

Desejo-vos a todos um Santo Natal, muito continuado no Ano Novo que se segue. Conto muito convosco em 2009, rumo à grande Missão 2010, que vos terá como protagonistas na primeira linha, aí mesmo, onde Deus quer salvar o mundo através das famílias!

Contai também, agora e sempre, com o vosso bispo e irmão,

+ Manuel Clemente

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